chi sono | Alessio Brandolini |
che cosa ho scritto |
Revista Brasileira Abril-Maio-Junho 2006, Ano XII, n° 47 (Academia Brasileira de Letras) |
tradotte in portoghese da Geraldo Holanda Cavalcanti |
Nascido em 1958, em Frascati, Alessio Brandolini é um dos mais importantes poetas italianos da atualidade e tem representado o seu país em numerosos festivais internacionais. Estreou na poesia em 1991, na revista Galleria. Recebeu o "Premio Montale" pelo seu livro L'alba a piazza Navona em 1991. Em 2002 publicou Divisori orientali, distinguido com o "Premio Alfonso Gatto 2003 - Opera prima". Em 2004 saiu o livro Poesie della terra, com prefácio de Mario Santagostini, e em 2005, Il male inconsapevole. A sua obra poética lhe tem assegurado crescente projeção internacional, e vem sendo traduzida em várias línguas. O poeta mora en Roma, onde desenvolve notável atuação cultural. Os poemas aqui apresentados foram traduzidos pelo poeta Geraldo Holanda Cavalcanti, consagrado tradutor dos já clássicos italianos Ungaretti, Montale, Quasimodo e Umberto Saba. |
La terra è ancora nostra l'abbracciano gli ulivi dalle foglie argentate che dipingono l'aria incidono liste di nomi le storie che ci appartengono. Non ci conoscono
il cancello si richiude da solo mentre nell'aria un merlo traccia uno sciame di croci in fuga dalla terra. Fragole acerbe Le parole in fiore
dolce e tranquillo forse per questo a volte penso di conoscerti da sempre di poter dialogare con te, stando seduto la schiena contro il legno spianato del castagno a ripararmi dai rumori e dal sole. Qui c'era un pozzo Hai questo volto
sono rifugi atomici intere città cancellate eserciti che avanzano contrastati dal vento. A quest'ora, poi Oltre la rete metallica Li osservo
sono stati abbandonati? non hanno più nome sotto la spessa corteccia c'è solo un buco un passaggio sbarrato privo di linfa un nido di muffa, di tarli. Per questo fra tre giorni verranno ad abbatterli. A terra i frutti Intorno all'albero
nascono e muoiono ogni volta che li sento. Pallida la corteccia Sotto di loro ascolto Lo stesso che la notte
non hanno odore i petali piegati si lasciano lacerare dal vento essiccare dal sole. Sul filo del recinto Le rose Le rose
e io subito penso: virgole sì, magari ogni tanto qualche bel punto. Scavare Nelle tue mani Non aggiungi altro
le loro foglie sorreggono l'aria calda di giugno e le vene scoppiano di gioia. Anche a settembre danno il frutto Più in là s'agitano le foglie Con la zappa fino al tramonto
vedi, ti dico queste mani sono piene di graffi hanno strappato le spine l'erba cattiva del campo sotto il monte scosceso lo hanno fatto anche se quando si torna è tutto come prima l'erbacce sono già alte talvolta persino più folte. Allora non parli più Con i piedi in aria
un grande cesto di vimini pieno di mature albicocche color del sole e dolci più del miele. Allora mi hai guardato con un sorriso nuovo quello che sogno da quando sono al mondo. Sapeva di ginestra rossa
in sostanza privo di finestre e fondamenta. Tetti rossi impiccati tra le nuvole una gatta miagola sul filo teso dell'orizzonte. Non mani né bandiere Strade di sabbia
e già nel tuo sguardo leggo l'inizio dell'autunno.
l'erba secca, ingiallita il sentiero ricoperto dalle spine, dall'ortica. tardivo degli uccelli. Appaiono stanchi e svogliati come se volassero nell'acqua per questo muovo i passi con prudenza, a rilento. Mi affaccio in un luogo segreto
tutto dall'inizio, dai primi stentati passi. Ora lo so e non aspetto altro. Sì, avrei dovuto capirlo dieci anni fa ma forse non potevo. Però: meglio tardi che mai, non è così che si dice? Chiederò il vostro aiuto Farsi più piccoli |
A terra é ainda nossa abraçam-na os olivais de folhas prateadas que colorem o espaço entalhados com os nomes da nossa história. Não os conhecemos
a cancela se fecha sozinha enquanto no ar un melro traça em enxame de cruzes que fogem da terra. Morangos ainda verdes As palavras se abrem
doce e tranqüila talvez por isso às vezes penso que te conheço desde sempre que posso dialogar contigo, estando sentado encostado no tronco liso do castanheiro a refugiar-me dos ruídos e do sol. Aqui havia um poço Tens uma face
são refúgios atômicos inteiras cidades obliteradas exércitos que avançam lutando contra o vento. Nesta hora, depois Além da rede metálica Vejo-os
foram abandonadas? já não têm nome sob o espesso córtice não há mais que o vazio uma passagem aberta sem linfa um ninho de mofo, de traças. Por isso em três dias virão abatê-la. Por terra os frutos Em volta da árvore
nascem e morrem sempre que as contemplo. Pálido o córtice A` sua sombra escuto Como a noite que deixa
não têm odor as pétalas murchas deixam-se lacerar pelo vento ressecar ao sol. Sobre o arame da cerca As rosas As rosas
e de repente penso: vírgulas sim, quem sabe, de vez em quando um belo ponto. Escavar Nas tuas mãos Não lhe acrescente outro
suas folhas protegem do ar quente de junho e as veias rebentam de alegria. Mesmo em setembro dão frutos Mais adiante agitam-se as folhas Com a enxada até o pôr-do-sol
vê, te digo estas mãos estão cheias de arranhões arrancaram os espinhos a erva má do campo na aba do monte alcantilado o fizeram mesmo se quando aí se torna esteja tudo como dantes o capinzal de novo alto às vezes mesmo até mais denso. Então não diga nada Com os pés no ar
um grande cesto de vime cheio de damascos maduros cor do sol e mais doces que o mel. Então a mim me olhaste com um sorriso novo aquele com que sonho desde que estou no mundo. Cheirava a giesta vermelha
em essência desprovido de janelas e alicerces. Tetos vermelhos suspensos entre as nuvens uma gata mia sobre o tenso fio do horizonte. Não há mãos mem bandeiras Caminhos de areia
e já no teu olhar leio o início de outono.
o capim seco, descorado a trilha recoberta de espinhos, de urtiga. tardio dos pássaros. Juntam-se cansados e sem ânimo como se voassem dentro d'água por isso caminho prudente, a passo lento. Contemplo de um lugar secreto
tudo desde o início, desde os primeiros passos tentativos. Agora o sei e não espero outra coisa. Sim, eu deveria tê-lo compreendido dez anos atrás mas talvez não o pudesse. Porém: antes tarde do que nunca, não é assim que se diz? Pedirei vosso auxilio Fazer-se mais pequeno |